Arquivo do dia: 4 de setembro de 2010

O Estádio de Futebol e o Teatro da Dança

O jornal Folha de São Paulo publicou vários editoriais contra o uso de dinheiro público na construção de um estádio de futebol em SP, um estádio com 65 mil lugares ao custo de R$ 600 milhões para abrigar a abertura da Copa do Mundo em 2014.

As críticas da Folha soariam menos elitistas se ela tivesse publicado ao menos um editorial crítico quanto ao gasto de R$ 600 milhões do dinheiro público no Teatro da Dança (3 mil lugares), uma obra faraônica do governo de SP, uma obra sem licitação pública que já passou de R$ 300 milhões para R$ 600 milhões; e cujo arquiteto, ao custo de R$ 25 milhões, foi escolha pessoal do então secretário da Cultura João Sayad.

É óbvio que a imprensa deve fiscalizar e acompanhar os gastos públicos; exigindo que tais obras atendam ao interesse público e, principalmente, deve denunciar todas as suspeitas de superfaturamento e outros desvios do dinheiro público.
Mas, ao posicionar-se contra a construção de um estádio de futebol (65 mil lugares), em Itaquera (zona leste da capital), ao mesmo tempo em que fecha os olhos à construção de um “teatro da dança” (3 mil lugares), na região central da Capital, fica-se com a nítida impressão de que a imprensa está atuando de forma discriminatória contra a construção do estádio de futebol por tratar-se de um projeto voltado à cultura popular.

São Paulo, 04/09/2010.
Mauro Alves da Silva
BlogDoMauroSilva.wordpress.com

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Veja as publicações da Folha aqui:

Folha de São Paulo –
São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008
Arquitetos do Ninho de Pássaro projetam teatro de dança em SP
Dupla suíça Herzog & De Meuron vai assinar projeto de centro cultural no lugar da antiga rodoviária, perto da Sala São Paulo
A dupla de arquitetos Pierre de Meuron e Jacques Herzog vai montar filial de seu escritório em SP para acompanhar projeto

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, uma das duplas mais requisitadas no cenário mundial da arquitetura, vão assinar o projeto do futuro teatro de dança e de ópera, que servirá de sede para a São Paulo Companhia de Dança. O novo espaço ocupará o terreno da antiga rodoviária da cidade, em frente à Sala São Paulo, na Luz.
A dupla, autora do Estádio Olímpico de Pequim (mais conhecido como Ninho de Pássaro) e da Tate Modern, em Londres, desbancou outros três escritórios internacionais de arquitetura, numa concorrência informal que contou com o aval do governador José Serra e do secretário estadual de Cultura, João Sayad.
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Folha de São Paulo –
São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

Teatro da Dança custará R$ 600 mi, dobro do previsto

GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O centro cultural do Estado conhecido como Teatro da Dança, a ser construído na região da Luz, não vai mais custar R$ 311,8 milhões, como estimava a Secretaria do Estado da Cultura quando divulgou o projeto em 2008.
A nova projeção orçamentária -que ainda pode ser modificada- é de R$ 600 milhões, quase o dobro do inicial.
O complexo foi projetado pelo escritório suíço Herzog & de Meuron e deve ficar pronto em 2014. Ali serão reunidos três teatros com capacidades que variam de 1.750 pessoas a 450 espectadores.
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Folha de São Paulo –
São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

Editoriais – editoriais@uol.com.br

A Copa em Itaquera

A construção de um estádio de futebol custeado pela iniciativa privada, com uso garantido após a Copa do Mundo de 2014, surgiu como a melhor saída para o imbróglio em torno da escolha do palco que receberá o torneio na principal cidade do país. À medida que detalhes vão sendo revelados, porém, torna-se evidente que o contribuinte, independentemente de sua preferência clubística, ajudará a bancar a arena do Corinthians.

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Folha de São Paulo –
São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

Editoriais – editoriais@uol.com.br

Arena paulista

Não deixa de ser um sinal de maturidade o fato de São Paulo, através de representantes políticos, da imprensa e de outras instâncias da sociedade civil, ter rechaçado a ideia de o poder público arcar com a construção de uma arena para sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014, ao elevado custo de R$ 1 bilhão.
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Folha de São Paulo –
São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

Editoriais – editoriais@uol.com.br

Jogada suspeita

Veto ao Morumbi abre a perspectiva de despesas públicas com a construção de novo estádio, algo que São Paulo não pode aceitar
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Folha de São Paulo –
São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2010

Editoriais – editoriais@uol.com.br

Estádio inútil

O TEMPO PASSA e os temores quanto à falta de racionalidade e transparência na construção de estádios para a Copa de 2014 parecem mais próximos de se materializar.
O cronograma vai sendo abandonado, frustram-se as expectativas de participação mais intensa da iniciativa privada, sobe a previsão de gastos e aumenta o risco de que as obras se realizem em regime de urgência, sem os procedimentos adequados de concorrência pública.
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